Transferência de votos no Brasil (?)

(Comentários ao final da reportagem.)

Após pesquisa, líder do governo diz que Dilma é favorita e Ciro perdeu discurso

Cândido Vaccarezza acredita que ministra passará José Serra. Sobre Ciro, ele não vê mais base em discurso de garantia de 2º turno.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta segunda-feira (1/3) que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), é a favorita para a eleição presidencial. A afirmação tem como base a pesquisa feita pelo instituto Datafolha que mostra crescimento da ministra em todos os cenários. Na simulação em que Ciro Gomes (PSB-CE) aparece como candidato, a ministra fica quatro pontos percentuais atrás do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que lidera a sondagem. Ela tem 28% contra 32% do tucano, 12% de Ciro e 8% de Marina Silva (PV-AC).

Vaccarezza destaca que a situação para oposição é pior porque a rejeição de Serra cresceu de 19% para 25% ao mesmo tempo em que a ministra se aproxima dele na disputa. “Não podemos ficar de salto alto e achar que ganhamos, mas está claro que a ministra Dilma é favorita na disputa. Cada vez que o povo conhece mais a Dilma vai ficando com uma posição favorável a ela e contrária ao Serra”.

O líder do governo minimiza o fato do tucano não ter se assumido como pré-candidato e atribui a piora do desempenho de Serra a ações da própria oposição. “Por mais que o Serra diga que não é o anti-Lula, a oposição no Senado e não Câmara não permite este discurso porque age duro contra o governo. As mínimas coisas que acontecem eles querem atrelar ao presidente”.

Apesar da análise apontando Dilma como favorita, o líder do governo não prevê novas quedas de Serra na pesquisa. Vaccarezza afirma que o tucano está em seu piso, mas aposta no crescimento da ministra. “Boa parte da população ainda não sabe que ela é a candidata do Lula e quando isso for ficando claro ela vai crescer”.

Para o líder do governo, a pesquisa atinge também as pretensões de Ciro Gomes. O deputado federal vinha dizendo que sua presença na campanha era necessária para garantir um segundo turno entre um candidato governista e Serra. Para Vaccarezza, este argumento acabou.

“Acabou o discurso do Ciro. Se ele quiser ser candidato vai ter que procurar outro discurso. Aquele de que ele é essencial para ter segundo turno já não tinha base antes e agora não se sustenta mais. Se ele quiser se manter como candidato tem que ter outros elementos”, afirmou Vaccarezza.

O petista ainda minimizou as possibilidade de Ciro ser o candidato da base aliada de Lula ao governo de São Paulo. Vaccarezza afirma que o deputado não deseja esta missão. “Ele tem sido claro que não quer ser candidato em São Paulo. Vamos aguardar a reunião dele com o presidente Lula no dia 15. Nós não estamos atrasados porque não sabemos quem será o candidato do lado de lá. Do nosso lado, se não for o Ciro deverá ser o senador Aloízio Mercadante (PT)”.

(Original aqui.)

Que Dilma é a candidata de Lula, todos sabemos. Que Dilma vem subindo nas pesquisas por ineficiência da oposição, todos sabemos. Que Dilma não tem carisma e vai se apoiar na popularidade de Lula para tentar ser eleita, todos sabemos. Que a rejeição a Serra é grande, todos sabemos. O que não sabemos é: será que havera realmente transferência de voto de Lula a Dilma? Será que o discurso governista conseguirá efetivamente transferir o apoio que o povo dá a um para a outra? Transferência de votos não é algo fácil no Brasil, país que se caracteriza pelo extremo personalismo na política. Será grande surpresa se Dilma conseguir realmente se eleger no primeiro turno.

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