Dilma poderia ser mais radical na faxina, diz ‘Economist’

Para revista britânica, presidente está em uma “sórdida e interminável telenovela”

A presidente Dilma Rousseff está metida em uma “sórdida e interminável telenovela”. Esta foi a constatação da revista britânica “The Economist” ao tratar dos escândalos de corrupção que já derrubaram cinco ministros em menos de um ano. Em artigo da próxima edição, a publicação indica que a presidente poderia, apesar das demissões, ser mais enérgica na condução da política entre governo e base aliada.

Para a “Economist”, a “faxina” iniciada pelo Planalto é popular e a própria presidente desfruta de um prestígio nunca antes conquistado por ela. No entanto, a situação política que permite a troca de benesses prejudica o seu desempenho.

O texto ressalta que todos os presidentes, desde a redemocratização, “fizeram variadas coligações para obter maioria no Legislativo”. Porém, hoje, o “sistema” é nítido: partidos participam dos ministérios em troca do voto no Congresso e detêm o poder de fundos públicos para expandir os seus tentáculos no poder.

Dilma é ilustrada nas páginas da revista com uma vassoura na mão tentando conter porcos amontoados no entorno Congresso Nacional.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é o personagem identificado como o próximo alvo – sua saída “parece ser apenas uma questão de tempo”. O comportamento que já o levou a ser chamado de “fanfarrão” por parlamentares também chamou atenção da revista. O artigo cita o momento em que Lupi mentiu na Câmara e a frase polêmica proferida pelo admirador de Leonel Brizola: “só saio a bala”.

A revista diz que Dilma é mais moderada em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando trata do Orçamento. Ela contemplaria com menos vontade os políticos por meio das emendas parlamentares.

No último parágrafo, a publicação sugere um novo caminho político para Dilma:

“A maior parte da agenda política da presidente – melhorar educação e saúde, eliminar a pobreza extrema e investir em infraestrutura – não requer aprovação do Congresso. Ela poderia ser mais radical em sua política de limpeza”.

(Original aqui.) 

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