“Efeito Tostines”: ela cai por bater ou bate por cair?

Leão Serva

Há um enigma nesta campanha eleitoral: a candidata Dilma Rousseff adotou o novo estilo agressivo porque as pesquisas internas de seu partido mostravam a redução de sua liderança ou a queda relativa nas pesquisas é consequência do estilo agressivo?

É sabido que os partidos trabalham com pesquisas muito sofisticadas, que antecipam tendências que aparecerão mais tarde nas boas pesquisas ou nas urnas.

No dia da eleição, por exemplo, o PSDB analisava as pesquisas que indicavam 54% para Dilma a 46% para Serra (cenário que apareceu uma semana depois na primeira onda do Datafolha para o segundo turno).

Pode ser que no último domingo, ao começar o debate na Bandeirantes, a candidata do PT tivesse pesquisa semelhante indicando o virtual empate que agora se insinuou no CNT Sensus.

“Quem bate, perde”, ensinou ainda nos anos 1990 o marqueteiro Duda Mendonça, que se tornou o guru do marketing petista ao comandar a campanha de 2002, e “criou” o atual marqueteiro João Santana.

Dilma sabia disso. O PT e os tucanos estudaram o resultado da agressividade de Geraldo Alckmin no segundo turno de 2006, quando acabou saindo das urnas menor até do que no primeiro turno.

Portanto, Dilma não pode ter sido ingênua ao adotar a agressividade, desde o último domingo, no debate da Bandeirantes.

Em seu benefício, pode-se imaginar que tentou criar uma nova sabedoria política: a de que “Mulher que bate não cai”. Se isso se comprovar, passará à história como o ensinamento de Duda.

Se não foi por isso, só pode ter sido uma estratégia do tipo “juízo final”, “tudo ou nada”.

Política é como o vento, muda com facilidade. Mas neste momento, o cenário parece indicar que Duda tinha razão absoluta.

(Original aqui.)

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