Quem tem twitter deve ter percebido que, nesta semana que se passou, houve diversas manifestações contra o Senador José Sarney. O movimento teve, inclusive, destaque em alguns sites, e fez com que muitos usuários brasileiros usassem a hashtag #forasarney no site de microblogs.
Em princípio o movimento tem total sentido — pelo menos para aqueles que acreditam erroneamente que Sarney é a origem de todos os males e que, portanto, cortando-se o mal pela raiz, tudo voltaria ao “normal”. Faço, entretanto, a pergunta política do título: será que Sarney deve mesmo sair?
Acredito que não, e justifico o que pode parecer um contra-senso: os problemas pelos quais o Senado Federal está passando estão vindo à tona porque Sarney é presidente do Senado. Se Sarney sair, espera-se voltar à “normalidade”. Mas o que é esta “normalidade”? A “normalidade” é voltar a não haver denúncias. A “normalidade” é deixar tudo “na moita”, sem transparência. A “normalidade” é voltarmos a achar que o Senado Federal é funcional, que não existem problemas, sem ninguém saber de nada.
Se a presença de Sarney na presidência do Senado trouxer mais denúncias, trouxer mais divulgação das falcatruas, trouxer à tona as falhas do sistema político brasileiro e fizer com que algo mude, então defendo um novo movimento: fica Sarney!