Terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva admitiu nesta quarta-feira a possibilidade de tomar um caminho diferente do PV no segundo turno da disputa. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, a verde voltou a repetir as críticas a Dilma Rousseff (PT) e a José Serra (PSDB) feitas durante a campanha.
– Não posso dizer que vai ser uma posição única – afirmou Marina, ao responder se seguirá obrigatoriamente o apoio definido pela legenda.
A candidata derrotada considera natural que ocorram divergências dentro do partido.
– Em um partido como o PV não tem como imaginar, até pela diversidade, um processo unânime. Temos posições diversificadas. E por isso que quando me filiei asseguramos a realização de uma convenção para definir a posição caso houvesse 2º turno com garantia à minoria o direito a manifestação.
A senadora pelo Acre também admitiu que existe a possibilidade de ficar neutra, posição tida como mais provável por seus aliados. Antes, porém, ela repetiu que vai se submeter ao processo de ouvir a legenda e os setores da sociedade que a apoiaram.
Na véspera, Marina negou, por meio de nota, que tenha aceitado aceitado conversar com o PT sobre um eventual apoio à petista Dilma Rousseff no segundo turno. O presidente do partido, José Eduardo Dutra, havia afirmado que, em uma conversa por telefone com a verde, ela aceitou discutir o apoio com os petistas.
Perguntada se apareceria no horário eleitoral na televisão caso decida apoiar um dos finalistas da eleição, a candidata derrotada preferiu não se comprometer. Afirmou que a sua decisão sobre essa postura sairá junto com a definição da sua posição.
Marina voltou a afirmar que os adversários “politizaram” todas as questões durante a campanha, em referência à forma que tratam os escândalos como caso Erenice Guerra e a quebra de sigilos fiscais.
– Os candidatos que tinham tempo de televisão não tinham programa (de governo) e quem tinha programa não tinha tempo de televisão – defendeu a senadora, afirmando ainda que “os velhos partidos viraram máquinas de poder pelo poder”.
A verde ainda atacou os institutos de pesquisas por não terem captado a sua votação. Segundo ela, o 2º turno é uma chance para os institutos “fazerem uma reavaliação”:
– Teve um problema porque muita gente se referenciava nas pesquisas.
(Original aqui.)