As eleições se aproximam e com elas começam o jogo sujo e o verdadeiro festival de mentiras que sempre caracterizou a política rasteira praticada em nosso país. Infelizmente, com um eleitorado desinteressado; despreparado e, em grande, parte alienado. As eleições no Brasil são um festival reservado para os mentirosos, os corruptos de carteirinha, os salvadores da pátria e suas propostas mirabolantes.
Candidatos sérios e que estejam dispostos a debater propostas factíveis e que podem melhorar muito a vida dos cidadãos são praticamente banidos da mídia enquanto o PT ameaça os beneficiários do Bolsa Família com o malvado PSDB que “vai acabar com tudo”. O PSDB, por sua vez, não consegue esconder a incompetência e a letargia de Serra diante da situação catastrófica que São Paulo e limita-se a espernear e a gritar que Lula e o PT fazem “terrorismo eleitoral” e jogam de forma ilícita o jogo das eleições.
Nenhuma novidade. Um programa meramente eleitoral como é o Bolsa Família hoje tem o incrível poder de ser o fiel da balança para uma imensa massa necessitada. Qualquer menção a uma suspensão, mudança ou perda do benefício provoca imediatamente um pânico e um desespero na mente de quem precisa do benefício para viver. Imagine o potencial de terror que uma notícia assim pode provocar num estado como o Maranhão, onde a maioria da população vive de Bolsa Família?
Por sua vez, a campanha de Lula para o nordeste, vem se baseando na mentira de que Dilma é sua irmã e que Serra acabará com o Bolsa Família e com todos os benefícios fiscais fornecidos aos estados da região.
Ora, caros leitores. O Bolsa Família é uma “arma de destruição em massa” em matéria de cabresto eleitoral. Portanto, mesmo que o próximo presidente fosse Adolf Hitler em pessoa, o Bolsa Família estaria garantido. Não porque eles preocupem-se com o povo pobre e sofrido. Mas sim porque, quem detiver o controle da máquina financeira do Bolsa Família terá assegurado o domínio sobre essa massa eleitoral dependente. E disso ninguém jamais abrirá mão. Principalmente políticos fisiológicos como os nossos.
Seja PT, PSDB, DEM, PSOL, PMDB ou qualquer outra sigla que esteja no poder, o Bolsa Família terá o seu lugar cativo no coração de qualquer uma delas. Afinal de contas, o programa mascara a miséria e evita que o político seja cobrado por ações eficazes e sustentáveis de combate à pobreza.
É muito mais fácil e simples abrir os cofres e despejar “uma graninha” que mata a fome “na hora”; do que investir em infraestrutura, saneamento, educação de qualidade, incentivo a geração de empregos e melhoria na atividade econômica das regiões miseráveis. Esses investimentos, além de demorarem a dar frutos, certamente delegarão aos beneficiários a liberdade e a independência que forma cidadãos conscientes e não suscetíveis às manobras políticas e a venda de votos. Por outro lado; economiza-se tempo, paciência e recursos despejando dinheiro até que os cofres públicos não agüentem mais e alguém, num futuro distante, tenha que pagar o preço por isso.
Até lá, eles mamam nas tetas fartas do governo, compram votos com uma roupagem humanitária e continuam enganando inocentes e incautos com o discurso de que estão “ajudando” ou “melhorando a vida” dos pobres brasileiros. Quando, na verdade, apenas os fazem permanecer pobres e escravos do terror de, um dia, perder o benefício que os permite comer.
E isso nada difere das antigas moedas de troca utilizadas pelos velhos coronéis para a compra de votos. Algo menos sofisticado como uma dentadura e um par de chinelos.
Enquanto eles se debatem na imprensa e na mídia em geral, o povo segue alienado, omisso e ausente. Abraçando a ideia de que há apenas dois candidatos e duas propostas distintas: Uma que salvará o Brasil mais uma vez e o outro que vai destruir tudo.
Que compre essa ideia quem for incapaz de perceber que os dois lados são apenas mais do mesmo.
Pense nisso.
(Original aqui.)
Excelente análise do quadro político brasileiro.
Infeliz constatação do quadro político brasileiro.