BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, afirmaram nesta quinta-feira que as investigações sobre a quebra de sigilo fiscal de tucanos na Receita Federal são isentas e não estão pautadas pela eleição. Segundo o ministro, as investigações estão sendo conduzidas dentro do tempo certo que uma investigação exige. Corrêa acrescentou que a Polícia Federal está respeitando “o devido processo legal e o princípio da qualidade da prova”.
– A eleição não pauta a Polícia Federal. A Polícia Federal segue com operações pelo Brasil afora, e esse caso não pode, em razão do calendário, ser acelerado. O que nos pauta é o devido processo legal e qualidade da prova. O que nos estamos imprimindo é um esforço diante da centralidade que isso ganhou no momento sensível que vivemos. Sabemos que esse caso tem uma angustia na sociedade, então estamos colocando mais servidores – disse o diretor-geral da PF.
Corrêa acrescentou ainda que a PF trabalha em sigilo, regra de qualquer inquérito, e que neste caso há a imposição de sigilo de Justiça. Segundo ele, as diligências necessárias estão sendo feitas para que a PF cumpra todos os “preceitos legais” e apresente um resultado numa investigação que “se tornou um caso de interesse de toda a sociedade.”
O ministro da Justiça não quis se alongar sobre o tema e evitou falar sobre a hipótese de afastamento do secretário da Receita Federal , Otacílio Cartaxo:
– A Polícia Federal tem uma investigação aberta, isenta, que está sendo produzida com celeridade, mas dentro de um ritmo normal. Tem tempo certo para investigação de provas, tempo necessário para segurança que se quer ter nesse tipo de investigação. (A saída de Cartaxo) é uma avaliação do Ministério da Fazenda.
Corrêa e o ministro Barreto participaram nesta quinta-feira de assinatura de convênios de cooperação entre o Ministério da Justiça e o Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.
Justiça autoriza quebra do sigilo telefônico de Adeildda
O inquérito da Polícia Federal é conduzido pelo delegado Hugo Uruguai. Nesta quarta-feira, o diretor da PF determinou que a área de inteligência da instituição dê apoio às investigações. A Diretoria de Inteligência só tem sido acionada para atuar em casos complexos ou de grande repercussão política. A Polícia Federal aguarda envio de dados telefônicos da servidora Adeildda Ferreira dos Santos, que trabalha na Delegacia Regional da Receita em Mauá (SP).
A quebra do sigilo telefônico de Adeildda foi autorizada pela Justiça Federal . Os investigadores querem saber para quem ela ligou nos dias próximos à violação dos dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Foi a partir do computador dela na Delegacia da Receita em Mauá que também foram violados os sigilos fiscais de outros tucanos , entre eles o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.
(Original aqui.)