Confrontado com a descoberta de que voara às Bahamas no jatinho do empresário Eike Batista, o governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, não quis comentar o assunto.
Segundo O Globo de hoje,”sua assessoria informou apenas que ele já havia dito que iria rever sua conduta.”
Pergunto: por que Cabral irá rever sua conduta? E que tipo de conduta?
A de pedir emprestado jatinho de empresário para sair de férias com a família?
Por que deixará de pedir? Por que é imoral? Por que fere a ética? Ou só por que se ficou sabendo que ele pedia jatinho emprestado a empresários?
Se era imoral ou se feria a ética, quer dizer que Cabral só se deu conta disso agora? Agora que suas viagens em jatinho emprestado por empresários viraram notícia?
Até então achava moralmente defensável requisitar jatinho de empresário que mantinha negócios com seu governo?
Outro dia, Cabral pediu desculpas públicas a bombeiros que chamou de vândalos.
A lei proibe que gente fardada faça greve.
Bombeiro usa farda.
Bombeiro em greve, que invade quartéis, que usa a família como escudo humano, comporta-se como uma espécie de vândalo. Que vem a ser, segundo o Dicionário Aurélio, “indivíduo que tudo destrói, quebra, rebenta”.
No duro, no duro, Cabral não devia desculpas aos bombeiros.
Deve explicações e desculpas, sim, a seus governados por ter mandado a ética às favas e misturado relações públicas com relações privadas, se beneficiando disso.
(Original aqui.)