Eleitores de 5.565 municípios vão reeleger ou eleger novos vereadores este ano. Um direito democrático que, para alguns cidadãos, tem sido vítima de “sabotagem”. Ou do descaso da população para com seus representantes nas Câmaras Municipais por este país afora.
Uns porque têm consciência de que os votos que deram a seus candidatos acabaram, por conta do quociente eleitoral, elegendo “políticos profissionais” que não escolheram. Sentem-se decepcionados e torcem por uma reforma política que desfaça as artimanhas eleitorais tecidas em mil e umas coligações… Enroladas demais para quem não é do ramo entender.
Fácil é compreender a razão da turma que não dá a menor pelota à função dos vereadores. E o porquê daquela outra em não perder tempo: vota direto na legenda partidária. Sobra então sacar os eleitores que vão às urnas como a uma banca de jogo, usando seu voto como ficha de troca de favores. Às vezes nem tanto por malandragem… É por convicção!
Falando sério, tem gente que ignora as competências a serem exigidas dos candidatos. A esperança desta vez é que, mesmo sem a reforma política, as coisas possam mudar com a lei da ficha limpa e o Facebook (o Brasil já tem 35 milhões de usuários).
Os candidatos vão mostrar suas caras de uma maneira nunca antes vista numa campanha neste país. Imagine aqueles políticos que adoram se autopromover em perfis enganosos…
Ah, mas eles terão a contrapartida. Lembra das promessas mirabolantes que faziam, tempos atrás, nas telas de tevê? Pois serão agora bombardeados com tuitadas de arrasar qualquer reputação de esquina marqueteira.
O salto que a internet e seus adeptos deram nestes últimos quatro anos vai permitir aos eleitores se informarem melhor. Por exemplo: vereador não tem poder executivo; não pode construir uma escola ou uma rua. Somente indicar a localização da obra e fiscalizá-la.
Por menores que pareçam suas atribuições, precisa estar preparado: como fiscalizar os gastos do prefeito sem conhecer lei orçamentária? Justiça seja feita, há vereadores competentes. Com bons assessores, elaboram e redigem projetos de leis bacanas que são aprovados na Câmara e sancionados pelo prefeito.
Mas a internet também está a serviço dos preguiçosos com ofertas de projetos personalizados de vários preços. E a gente pensa que já viu de tudo.
(Original aqui.)