Véspera de Natal, mas ainda dá para saber alguma coisinha sobre política. Por que não ler rapidamente este texto e debatê-lo hoje à noite durante a Ceia? 🙂
O (baixo) padrão está impresso até na maneira como se define o modelo da coalizão governamental. A expressão “porteira fechada” se refere à entrega de uma pasta a um partido para fazer dela o que bem quiser, tal como quando se compra um pedaço de terra com direito ao desfrute de tudo, do rebanho ao pomar.
O termo “rodízio” traduz o critério a ser aplicado como solução para desarticular os feudos partidários e remete ao sistema de churrascarias.
No Judiciário, a solenidade deu lugar ao corre-corre, gritaria e confusão. Há de tudo: reivindicações salariais, decisões sob pressão de partidos, declarações polêmicas expondo a morosidade da Justiça, suspeições lançadas sobre ministros do Supremo Tribunal Federal, troca de animosidades públicas na Corte e, como fecho que não se pode dizer seja de ouro, o verdadeiro pandemônio em torno do Conselho Nacional de Justiça.
Como já fizera o presidente do STF, Cezar Peluso, ao comandar uma reação do repúdio às declarações da corregedora do CNJ, Eliana Calmon, sobre a existência de “bandidos de toga” no Judiciário, três associações de magistrados tentam agora transformar a ministra de acusadora em acusada.
Insatisfeitas com investigações sobre mais de 230 mil pessoas, entre juízes, servidores e seus parentes, a partir de informações sobre movimentações financeiras “atípicas” (mais de R$ 250 mil) fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as entidades acusam a corregedora de recorrer a métodos ilegais.
Ela nega. Chama as associações de “maledicentes” e “mentirosas” e aponta reação corporativa à atuação do CNJ como instrumento de controle do Judiciário.
(Original aqui.)