Está marcado para logo mais às 17h no Tribunal de Justiça do Distrito Federal o início do julgamento do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), acusado de infidelidade partidária.
Ele desligou-se do DEM para escapar de ser expulso.
A Justiça Eleitoral entende que o mandato pertence ao partido — não a quem o exerce.
O político só pode conservar o mandato saindo de um partido se provar que foi vítima de perseguição. Ou que o partido mudou de ideologia ou se fundiu com outro.
A defesa de Arruda dirá que ele saiu porque estava sendo perseguido e seria expulso.
Ele de fato seria expulso — mas porque se envolveu em trambiques.
A cassação de Arruda, se ocorresse, seria a saída mais confortável para todos os atores da crise política que devasta o Distrito Federal — governo federal, Supremo Tribunal Federal, Câmara Legislativa, partidos, e por aí vai.
Talvez fosse a saída mais confortável também para o próprio Arruda.
Assim, por exemplo, a Câmara Legislativa ficaria desobrigada de tocar o processo de impeachment contra ele.
Sem mandato, Arruda perderia o cargo de governador.
O Superior Tribunal de Justiça poderia então entender que ele não ameaça mais a produção de provas sobre o escândalo do mensalão do DEM — e mandar soltá-lo.
(Original aqui.)